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quarta-feira, julho 14, 2021

Outro Mundo II

- Tive um sonho estranho.
- Sobre o quê? – pergunta a esposa.
- Você não vai acreditar.
Explicações dadas:
- Então neste outro mundo havia até um psicólogo. - Sim e ele marcou uma consulta para hoje, mas eu disse que talvez não puidesse comparecer porque talvez eu tivesse retornado ao meu mundo e ele fez uma anotação na sua agenda a este respeito.
O pessoal do trabalho aparece e de maneira automática Gouveia diz:
- Rioverth que bom que está aqui.
- À quem você está chamando de Rioverth?
- Desculpa, Francisco, força do hábito.
- Hábito, que hábito?
A esposa de Gouveia puxa Francisco para o lado e diz: - Depois eu te explico, é uma longa História.
- Moscou, como que vai cara?
- Vou muito bem. – responde com sotaque russo.
- Estranho você não estava no meu sonho, mas isto não importa.
- Escuta, meu amor – diz a esposa de Gouveia – um neurologista vem conversar com você, é comum quando as pessoas saem do coma, este procedimento, acho que você deve contar do sonho para ele.
- Sim, vou mencionar a respeito.
Logo:
- Senhor Gouveia, eu sou Gustavo de Oliveira, sou neurologista e vou cuidar do seu caso, soube que teve um sonho diferente.
- Parece que as notícias correm.
- Gostaria que me contasse tudo com a maior quantidade de detalhes possível.
- Então doutor aconteceu o seguinte....
Finalizando a história:
- ...e aí doutor, o que acha?
- Olha pelo que você conta, parece bastante nítido que você acredita na veracidade destes fatos, eu o aconselharia a fazer o que fez no outro mundo: procurar um psicólogo.
- Obrigado doutor:
Gouveia é liberado do hospital avisa a família que irá a um psicólogo, só por desencargo de consciência, então vai ao doutor Bernardo:
- Olá Gouveia, sou o doutor Bernardo, então, o que está acontecendo?
- Na verdade, aconteceu tudo, basicamente, no dia de ontem, eu visitei outro mundo doutor.
- De que forma, em uma nave alienígena?
- Não, eu dormi e acordei lá.
- Que intrigante! Fale-me mais sobre este mundo.
Depois de colocar o doutor a par dos acontecimentos:
- Vejamos neste mundo que você visitou, seu amigo da Rússia não estava lá, sua esposa não estava lá, o ano era contado a partir da vitória de Gilgamesh ante um touro e consequentemente Jesus não era conhecido.
- É doutor, foi assim que aconteceu.
- Ah sim, havia me esquecido, disse que sentiu falta de seus filhos e de sua esposa em determinado momento, certo?
- Sim.
- Senhor Gouveia, me parece claro, que a sua vida não tem lhe agradado muito e este seu sonho demonstra uma vida que você poderia ter tido se tivesse feito outras escolhas, por outro lado a religiosidade é um fator novo que não bate com um desejo de novas escolhas, eu conheço uma pessoa que talvez possa te ajudar, aliás gostaria de fazer uma sessão com vocês dois já que suas histórias são parecidas.
- Alguém já passou pela mesma experiência que eu passei.
- Sim, mas ele diz que foi um sonho lúcido, que chegou até este mundo através da meditação. Podemos marcar a sessão para amanhã?
- Vou dizer a você o que disse ao outro doutor, amanhã eu posso não estar aqui, não tenho controle sobre isto, simplesmente acontece.
- Certo, senhor Gouveia vou marcar a sessão com o Getúlio e caso esteja disponível apareça, acho que poderemos nos ajudar comparando as histórias.
Depois da sessão, Gouveia está aliviado, afinal não era o único a ter tido aquela experiência, assim curtiu muito o tempo com a família, pois sabia que poderia retornar ao outro mundo no dia seguinte, então dormiu um pouco mais e ao acordar estava sozinho em sua casa novamente, mas como já estava adaptado, foi trabalhar normalmente e ao chegar ao serviço:
- Bom dia, Rioverth.
- O que houve Gouveia? Por que não apareceu no consultório do meu irmão ontem, aliás onde você estava ontem, não veio trabalhar e ninguém conseguia te achar o Humberto chegou a pensar que você tinha sido sequestrado.
- Olha Rioverth, eu já te disse o que está acontecendo, lamento dizer que não tenho controle sobre isto, eu irei ver o seu irmão.


Continua

quinta-feira, fevereiro 25, 2021

Irmãos Gêmeos III - O Encontro

Digitado por Catherine Bergas Paranhos entra em contato com Balthazar:
- Olá Balthazar, tenho ótimas notícias.
- Paranhos, finalmente, é sobre meu irmão gêmeo?
- Sim. Eu o encontrei em Goiás, ele se chama Leônidas e é um sujeito muito retraído. Quando tiver um tempo passe no meu escritório e te darei maiores detalhes.
- Obrigado Paranhos. Passarei aí assim que puder.
Em Goiás, os pais de Leônidas ainda o sabatinam:
- Desde quando, você sabe da existência deste Balthazar?
- Na verdade, o Ciro me falou sobre isto hoje mesmo. Vocês não sabem nada sobre isto, sabem?
- Achamos que jamais teríamos essa conversa com você, eu e sua mãe o adotamos a pouco mais de 30 anos em Teresina no Piauí, de uma senhora chamada Gertrudes, ela nos disse para nunca falarmos a respeito do seu irmão porque assim seria mais simples a convivência entre nós e você, ela disse que, por vocês serem pequenos, se esqueceriam que tinham um irmão e assim não sofreriam tentando se encontrar.
- Por que nunca me contou sobre isto?
- Achamos que seria irrelevante, por estarem muito distantes entre si.
- Então eu tenho um irmão gêmeo?
- Sim. E aparentemente ele mora em São Paulo
Balthazar encontra Grazi e lhe conta as novidades:
- Então você tem um irmão gêmeo e o encontrou em Goiás.
- Sim. Eu estou um pouco empolgado e também receoso.
- Quem não estaria? Não me imagino nesta situação. Você vai até lá encontrá-lo?
- Ainda não decidi, vou me encontrar com o Paranhos e depois de ouvir o que ele tem a dizer eu tomarei minha decisão.
- Se decidir ver o seu irmão, eu gostaria de acompanhá-lo.
Em Goiás:
- Gostaria de conhecer o seu irmão?
- Não. Minha vida é tranquila sem alguém com a minha cara andando por aí.
- Não tem sequer curiosidade sobre ele?
- Não gosto de pessoas, ele é um estranho que supostamente é meu parente e começará a frequentar a minha casa, isto irá me incomodar muito, prefiro que ele continue morando em São Paulo.
No escritório de Paranhos:
- Então não sabe onde ele mora?
- Pois é seo Balthazar, foi a única coisa que não consegui descobrir,mas sei que ele trabalha em uma empresa chamada Leo e Associados.
- Acho que vou para lá e me informo sobre a empresa, preciso encontrar o meu irmão.
E assim acompanhado de Grazi, Balthazar foi para Goiás. E chegando lá, encontra-se coincidentemente com Ciro aquele que o havia encontrado na rodoviária de São Paulo a cerca de 2 anos:
- Leônidas? Quando começou a namorar?
- Você é aquele cara que me encontrou em São Paulo.


Continua

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Poder de Cura V

- O que quer dizer?
- Você está à 5 mil anos vagando de cabeça em cabeça e nenhum deles se dignou sequer a dar-lhe um nome, este ciclo precisa acabar.
- Acha mesmo que a doutora Bárbara é a pessoa certa para resolver isto?
- Não tenho certeza, mas acho que precisamos encontrar uma maneira.
Verônica começa a vibrar e diz que um amigo quer falar com Bóris. Então Virgílio de Amarillo aparece para ele:
- Olá Bóris, há quanto tempo.
- Como conseguiu a conexão? Disse a alguns anos que ela quebraria nossa comunicação.
- Com muita dificuldade, mas precisávamos conversar.
- Sobre o que quer falar?
- Por que quer libertar a Verônica?
- Acha normal alguém ficar 5 mil anos vagando pelo nosso mundo sem ter um corpo e invadindo a privacidade alheia?
- Bóris, você não sabe de toda a história. A Verônica precisa zerar o seu karma.
- Precisa ser necessariamente comigo?
- Não, não precisa, mas você pouco pode fazer para resolver essa situação.
- Virgílio, você me agraciou com um poder de cura, será que eu não poderia curá-la do seu karma?
- Você faria isso Bóris? Abriria mão do poder de cura para salvar alguém cuja história você não conhece?
- Isto implicaria em algo que não estou considerando?
- Não tenho certeza que você possa tomar esse tipo de decisão, entretanto vou conversar com algumas pessoas aqui do meu lado para verificar se isto não desequilibraria o sistema kármico.
- Ótimo, em quanto tempo terei a sua resposta?
- Em breve.
E assim Virgílio desaparece e Verônica reaparece:
- O que aconteceu?
- O meu antigo Guru apareceu para mim e me deu uma esperança quanto ao nosso problema, ele disse que o seu karma é muito extenso, mas que tentaria abreviá-lo.
- Então este seu Guru tem boas conexões?
- Eu confio muito nele e acho que teremos boas notícias em breve. No entanto isto pode custar o meu poder de cura.
- Você abriria mão do seu poder para me libertar?
- Sim. Por outro lado teria dificuldades financeiras, pois faço isso há muitos anos.
Carlos continua encaminhando pacientes à Bóris e ele continua curando as pessoas, ele ainda faz visitas periódicas a doutora Bárbara que chegou a quebrar um de seus vasos quando percebeu que Bóris realmente poderia curar doenças, Bárbara tinha uma dor de cabeça que durava 4 dias e Bóris a curou apenas resvalando em seu cabelo. Depois disso, Bárbara passou a respeitá-lo e também ficou sabendo do seu difícil dilema:
- Deixe-me tentar entender senhor Bóris, o seu Guru disse que pode negociar a libertação da Verônica com os seus pares, mas somente mediante a anulação de seus poderes.
- É exatamente isto. Tenho vivido de meus poderes, por Ito a decisão é tão difícil, mas o Virgílio não me deu certeza de que conseguiria tal barganha. - Ele não disse, por acaso, de quem se tratava os tais pares? - Não, mas acredito que sejam entidades influentes e quem sabe aqueles que definiram a sentença da Verônica. - Olha sempre fui muito incrédula no que se refere a religião, mas desta vez acho toda esta história interessante, você se importaria se eu a registrasse, não farei nada que você não aceite, mas é que esta história é uma das melhores senão a melhor que escutei neste consultório.
- Tem a minha aprovação doutora, faça as anotações que quiser – neste momento desperta o relógio. – Nos vemos na próxima sessão?
- Com certeza.
Virgílio de Amarillo volta a conversar com Bóris trazendo boas notícias:
- Olá Bóris.
- Olá Virgílio.
- Apresentei o seu caso para instâncias superiores e acho que você vai gostar de saber que eles querem falar com você e também com a Verônica.
- Como é? Como vou conversar com eles, eu estou vivo, terei que fazer uma sessão espírita? E como vou levar a Verônica comigo?
- Calma Bóris, uma pergunta de cada vez. Você não precisará da sessão espírita, basta fazer um coma induzido, garanto que seu amigo Carlos poderá providenciar isto, quanto a Verônica, onde sua consciência for ela irá.
- E pra quando está marcada a tal reunião?
- Daqui a dois dias, eu darei os detalhes na véspera, avise a nossa amiga sobre isto, estou confiante que iremos conseguir desatar este nó.


Continua

terça-feira, agosto 11, 2020

LHB – O Sequestro

Parmênides saiu do escritório em um daqueles dias em que se questiona se escolheu realmente a profissão certa, praticamente tudo tinha dado errado: foi questionado sobre a sua competência em gerir os casos; seus agentes estavam sem pistas; as operações pareciam tiros n’água; a missão sobre a HAARP estava estacionada e apesar de ser prioridade, não tinha nenhum resquício de pista, não sabia nem mesmo como convencer seus superiores que os ataques continuariam, pois Granamir estava sossegado há alguns meses, tanto que em breve deveriam libertar Giácomo que fora acusado de conspiração, mas sem um conspirador, o caso não se sustentaria, então após ligar para esposa e dizer que estava prestes a chegar em casa, pegou o caminho de sempre para o seu lar, no entanto algo estranho estava para acontecer, ao ligar o seu carro, um jato de fumaça foi disparado em sua direção e a imagem que via foi escurecendo até perder os sentidos:
- Acorde senhor Parmênides, é um grande prazer finalmente conhecê-lo.
- Desculpe, eu conheço você? - Parmênides se vê amarrado a uma cadeira diante de um sujeito bem vestido grande e forte com voz suave e hábitos finos.
- Não senhor Parmênides, você não me conhece, mas achei que seria um bom momento para resolver esta inconveniência. – Meu nome é Granamir e peço desculpas por não lhe oferecer um champanhe, afinal você está amarrado, mas a nossa conversa será rápida.
- Então senhor Granamir a que devo a honra? Devo dizer que não é a primeira vez que estive amarrado a uma cadeira. – Diz isto, e como num passe de mágica, Parmênides se libera das cordas.
- Ora, que surpreendente, talvez eu o tenha subestimado senhor Parmênides.
- Talvez agora possa me oferecer um pouco de champanhe.
- Claro, com esta demonstração de habilidade acho que mereceu.
Parmênides senta-se em uma mesa em algum lugar que parece ser um galpão antigo. Após servi-lo Granamir diz:
- Veja, senhor Parmênides, estou envolvido em um projeto grandioso, no qual você e sua liga são meras peças de xadrez, estou lhe dando a oportunidade de abandonar o jogo antes que a sua derrota possa destruir sua carreira, sua instituição e, talvez até, o seu país.
- Ora, mas que ambicioso, posso perguntar por que eu deveria desistir? Já deve saber sobre os poderes da liga?
- Naturalmente, eu vi, eu ouvi, eu li. Isto é muito maior do que todos vocês, do que a sua possibilidade de ascensão de cargo, do que a notoriedade da sua liga, do que a tal decantada liberdade democrática do nosso povo.
- Ainda não me disse nada que possa me fazer desistir, o que vai fazer, vai matar todo o povo brasileiro e com que propósito?
Granamir dá uma grande gargalhada e diz:
- Não, mas eu gosto do seu senso de humor, estou dizendo que vocês são apenas um contratempo, não conseguirão parar o que é inevitável, mas você terá tempo para pensar na minha proposta, mas após o prazo o plano continuará e vocês serão varridos se se opuserem aos nossos planos de novo.
- Quando diz nós, quer dizer que tem mais gente envolvida?
- Sim, muita gente, é um projeto mundial que em breve será posto em prática, saberá pela imprensa e se isto não for o suficiente para você desistir, posso lhe oferecer dinheiro sei que precisa, não ganha tão bem assim na sua profissão, todos os seus problemas financeiros podem desaparecer é só deixar a liga longe dos nossos planos.
- Pelo visto, não sabe nada sobre mim Granamir, eu não estou à venda!
- Pelo contrário, senhor Parmênides, sabemos tudo sobre o senhor, inclusive que aceitou suborno, não uma, mas várias vezes, enquanto foi policial rodoviário, até sabemos como se livrou das provas, devo dizer que uma obra de gênio.
- Não sou mais aquele homem, agora tenho maturidade e honradez.
- Em hipótese alguma eu diria o contrário, senhor Parmênides, apenas lhe digo que o bichinho da corrupção está em você e sei que não é fácil se livrar disso.
- Bem, encerramos aqui?
- Sim, mas em breve entrarei em contato.
Granamir se levanta e uma fumaça é atirada no rosto de Parmênides e ele desmaia e acorda novamente no volante do seu carro sem entender se teve um sonho ou se aquilo foi real. Mas logo descobre que foi sequestrado ao receber uma mensagem quase em desespero de sua mulher, liga para ela e a tranquiliza dizendo que houve uma complicação no trabalho e vai pra casa esperando que desta vez consiga chegar. No outro dia Parmênides convoca a liga:
- Onde você foi sequestrado? Pergunta Guivarra.
- Em frente ao prédio na saída do escritório.
Mara pega na cabeça de Parmênides e diz:
- Você foi realmente sequestrado.
Vão para a cena do crime Caipora e Curupira descobrem o trajeto do carro usado no sequestro Saci usa seus poderes para chegar ao local do cativeiro e contata a todos, logo chega Guivarra e Curupira e mais tarde todos os outros:
- Será que ainda estão lá dentro?
- Acho difícil, mas fiquem preparados.
Besouro destrói a porta com um golpe e vê o galpão vazio, como se não tivesse sido usado por muito tempo e pergunta:
-Tem certeza de que foi aqui que ficou chefe?
- Estou um pouco atordoado, mas sim foi aqui.
- O que foi que lhe disseram?
- Conheci o Granamir, ele me amarrou, eu me libertei, depois me deu champanhe me ameaçou, tentou me comprar e disse que não podemos vencer o que está por vir, que isto era muito maior do que nós e do que o nosso país, disse também que me daria um tempo para pensar e depois retomaria ao projeto.


Continua

quarta-feira, julho 22, 2020

Xadrez dos Deuses VII

Mazda passa o aparelho para Javé:
- Olá Zaratustra, como vai?
- Vou bem senhor, olha Jesus precisa muito falar com você.
- Valeu Zaratustra, já conversarei com ele. – E desliga o aparelho.
- Problemas? – Diz Mazda.
- Ainda não sei, mas logo saberei.
Neste instante o tempo congela e todos os seres param exatamente onde estão, javé se conecta com Jesus e diz:
- Fala filho, qual é a emergência?
- Bem, pai, sabe que não entraria em contato se a situação não fosse grave.
- Tenho certeza disso, meu filho, o que está acontecendo?
- A Terra está na linha de um raio cósmico.
- Um raio cósmico, como isto aconteceu?
- Eu estava fazendo uma daquelas supernovas e acho que misturei ingredientes errados, na verdade, eu me distrai, então ela explodiu, por isto o raio cósmico.
- Os defensores da terra não podem resolver isto?
- A tecnologia deles ainda não chegou neste nível, seriam todos aniquilados, uma catástrofe sem precedentes.
- Jesus, pode deixar que eu resolvo. – a conexão acaba e o tempo descongela.
- E então Javé?
- Mazda, nosso jogo, vai ter que ficar para mais tarde, tenho um assunto urgente para resolver.
- Será que eu posso esperar aqui.
- Pode se quiser, mas pode demorar um pouco, terei que reescrever alguns protocolos para não perder uma parte da minha criação.
- E quanto a aposta?
- Não se preocupe Mazda, eu dou uma olhada no seu projeto e te ajudo a começar um mundo novo em troca, você cuidar dos meus mundos por uns dias, mas só quando tiver experiência o suficiente.
- Eu aceito, garanto que usarei todo o meu conhecimento para fazer o melhor projeto de mundo que já viu.
Javé se despede de Mazda e os dois desaparecem. No meio do Passeio Público de Curitiba fica um tabuleiro de xadrez com um jogo entre deuses inacabado. A história do jogo fica melhor cada vez que é contada, alguns dizem que o jogo evitou o fim do mundo, outros que Javé teria apostado a Antártida e por isto ela nunca se degelou, outros ainda dizem que o diabo queria uma troca de comando, pois Mazda seria um chefe melhor, mas a verdade é que o jogo nunca terminou, por isto as especulações ficaram a mil e se um dia a verdade vir à tona, simplesmente não irão acreditar pois o mistério é sempre mais interessante do que a explicação.


FIM

domingo, junho 14, 2020

Mephisto III

Na sede da Federal:
- Senhor Guarabira.
- Senhor Einstein. - Nossa, você é a primeira pessoa que me chama pelo meu nome, não há escutas por aqui, há?
- É claro que não, eu soube do seu problema, senhor Einstein e acho que posso ajudá-lo, só preciso saber como está a sua memória?
- Não vou mentir para o senhor, não está muito nítida.
- Então vamos tomar um café e resolver este problema.
Surpreendentemente ao tomar um gole do café toda a sua memória é reestabelecido: - Nossa, o que tinha neste café?
- Talvez seja melhor você, não saber.
- Este café é exckusividade sua certo?
- A sua memória parece estar de volta.
- Neste caso é apenas uma dedução, tomei muito café em 1995 e não teve qualquer efeito.
- Então mephisto, agora sabe o que fazer?
- Sim eu sei agora muito mais nítido, a Soraya me botou a par, como faço para que isto não aconteça de novo?
- Você tem o dom da viagem no tempo é o único que não precisa da máquina, mas preciso estar totalmente conectado consigo mesmo, precisa meditar visualizar o seu destino e aí tudo será normal, às vezes você perde um pouco o foco e tudo fica um pouco confuso, mas acho desta vez irá conseguir.
- Só mais uma coisa, onde vou deixar meu equivalente?
- Deixe-o com o Batista, ele está interado do nosso projeto ´só pedir por ele na federal daquela época.
Uma porta é aberta, há uma grande almofada, Mephisto se senta nela entra em alfa, visualiza a praça onde encontra Soraya em 1995 e instantaneamente e transportado para lá. Como combinado
deixa o encontro com Soraya ocorrer e depois aborda a si mesmo dizendo que pode explicar o que aconteceu, ante a surpresa, seu equivalente tenta fugir, mas acaba aceitando os argumentos de seu gêmeo do futuro, então seu equivalente é levado ao Batista conforme combinado. Depois Mephisto encontra o Dr, Bruno no bar que costuma frequentar e tenta puxar um assunto biológico:
- Dr. Bruno, eu li a sua monografia. - Aquela sobre o psicotrópico?
- Sim, parecia muito bom.
- E você é?
- Mephisto.
- Puxa, que nome incomum.
- Você abandonou o projeto?
- Não, eu só não encontrei patrocinadores.
- Mas ele já está finalizado?
- Precisa de um pouco mais de trbalho. Você é representante de alguma indústria farmacêutica?
- Não exatamente, mas possoajudá-lo a encaminhar a sua pesquisa para eles, eu tenho contatos bons.
- E por que me ajudaria acabou de me conhecer.
- Fiquei muito animado com o projeto e acredito que ele será importante para o futuro. O nosso país precisa de pessoas que acreditem nas outras, isto só faz parte do meu trabalho.
E assim Mephisto conserta a tangente no tempo e retorna ao seu futuro. Voltando ao escritório de Guarabira diz estar pronto para outras missões:
- Preciso saber uma coisa, por que a Soraya está presa?
- Ela está numa missão.
- Mas ela faz parte do projeto certo?
- Sim, mas este é um caso excepcional, não tem a ver com o que estamos fazendo aqui, ela em breve estará disponível.
- E agora o que devo fazer?
- Parece a sua memória não está muito boa mesmo, você determina as missões tem total liberdade de fazer o que quiser, nós apenas confiamos em você e às vezes você fica muito tempo sem atuar e de repente surge a próxima missão que chega como se fosse uma inspiração.
- Então devo viver a minha vida normalmente até que num passe de mágica a missão virá?
- Agora você entendeu.


Continua.

terça-feira, abril 14, 2020

Outro Mundo

Gouveia trabalhava em um escritório de contabilidade junto com seus colegas Alice, Francisco, Karen e Moscou (este era chamado assim por ter nascido na Rússia, não obstante, não ter nascido na capital). Gouveia vinha se mostrando cansado, pois exercia sua função há mais de 20 anos e naquela época em específico, o escritório virava um pandemônio, todos tinham que fazer horas extras e ainda assim sobravam tarefas para o dia seguinte, quando chegava em casa, tarde da noite, mal conseguia conversar com sua esposa e filhos, estavam sempre dormindo, por vezes tinha que trabalhar nos fins de semana, apesar dos protestos da família, precisava manter as contas em dia, a escola das crianças, a prestação da casa e do carro; estas coisas lhe tiravam o sono quando sentia que não iria poder honrar seus compromissos.
Um dia Gouveia acordou, levantou-se e foi preparar o seu café, como de costume; estranhou que a casa estava silenciosa, mas não tinha tempo para sanar estas dúvidas, tomou seu café e foi direto para o escritório e ao chegar, seu chefe lhe trouxe alguns documentos e disse que queria falar com ele. Gouveia foi até a sua mesa deixou os papéis e foi à sala do chefe, já que isto não ocorria com frequência:
- Gouveia, Gouveia, meu melhor funcionário!
- Humberto, gostei do início da conversa, tem boas notícias para mim?
- Sabe Gouveia, desde 4027 que não tenho alguém como você.
- O que quer dizer?
- Que você é uma daquelas pedras preciosas que achamos no garimpo depois de anos de escavações.
- Desculpa Humberto, mas não foi esta a minha pergunta.
- Ah, sim, direto ao assunto, quer saber por que o chamei aqui, né?...
Gouveia o interrompe, meio confuso:
- Não, é que eu juro que ouvi você falar 4027, a que se refere?
- Evidente que ao ano de 4027, 10 anos atrás, sei que você já estava aqui, mas você não era tão eficiente quanto é hoje.
- Para de brincar Humberto, estamos em 2020, este ano é absurdo nenhum de nós vai viver até lá.
- Você está bem Gouveia? Não sabe em que ano estamos, olhe o calendário.
Para a surpresa de Gouveia o calendário dizia setembro de 4037, sem entender nada, finge ter se enganado e continua a conversa com Humberto:
- Gouveia, o chamei aqui para te dizer que preciso do meu melhor homem para analisar a contabilidade de uma multinacional e você vai precisar viajar para o país de Dragão.
- Dragão? Nunca ouvi falar.
- Bem, eu não pago você para conhecer mapas, mas preciso que vá até lá, analise tudo e retorne o mais rápido possível, escolhi você não só pela competência, mas porque não é casado e não tem filhos, sei que fez a melhor escolha para sua vida e eu a melhor escolha para a empresa.
Gouveia aceita a proposta, mas fica confuso com o comentário do chefe, depois resolve falar com Francisco, o chama muitas vezes, mas ele não vem, até que olhando na sua direção Francisco fala com ele:
- Gouveia o que o chefe queria?
- Francisco, está acontecendo alguma coisa comigo.
Por que me chama de Francisco?
- Porque é o seu nome?
- Não, eu sou Rioverth, sabe aquele cara que abandonou tudo e foi viver uma vida pobre e abnegada.
- Claro que sei é o Francisco de Assis.
- Não sei a quem se refere, mas com certeza não sou este cara, tampouco sou como o Rioverth, meu nome é apenas uma homenagem a este santo.
Tudo bem Rioverth, este é o problema, eu não reconheço este mundo, parece que não sou casado.
- E não é.
- Estamos em 4037.
- Sim.
- Existe um país chamado Dragão.
- Sim é na Ásia.
- Este continente eu reconheço.
- Desde quando se sente assim?
- Hoje de manhã.
- Certo sendo assim, talvez eu possa ajudar, meu irmão Domingos poderá resolver isto.
- O que ele faz?
- É psicólogo.
- Rioverth, normalmente eu recusaria, mas nessas circunstâncias acho que devo falar com ele.
Mais tarde no consultório de Domingos:
- Então senhor Gouveia, o seu mundo é muito diferente do nosso, esse ano de 2020 é porque nasceu um homem admirado em todo o mundo, certo?
- Bem não é exatamente assim, mas grosso modo, é isto mesmo, este ano de vocês é por qual motivo?
- É por causa da Batalha de Gilgamesh.
- Este eu conheço, no meu mundo, a epopeia de Gilgamesh é o primeiro livro registrado pela humanidade de que se tem notícia.
- Então você sabe da batalha contra o Touro.
- Sim, ele venceu um touro que foi enviado pelos deuses para destruí-lo.
- Na verdade foi enviado para destruir a Terra e foram alienígenas malvados que insistiam em levar Gilgamesh com eles, mas sem Gilgamesh ficaríamos desprotegidos, então ao se recusar e ficar para nos proteger venceu o Touro e assim começou a ser contado o novo calendário.
O despertador toca e se encerra a sessão:
- Senhor Gouveia, gostaria de voltar amanhã?
- Não tenho certeza se estarei aqui amanhã.
- O que quer dizer?
- Acordei hoje neste mundo, amanhã posso voltar ao meu, ou quem sabe acordar em outro.
- Entendo, façamos o seguinte, se ainda estiver neste mundo amanhã, venha à sessão, marcarei um asterisco para lembrar que talvez você não venha por força maior.
- Por mim, tudo bem.
Nesta noite Gouveia tem medo de dormir, vai ao happy hour da empresa e ao retornar a sua casa sente falta da esposa e dos filhos, fica pensando que poderia tê-los curtido mais e que agora estava sem perspectiva de vê-los novamente. Depois de muita luta acabou pegando no sono. Acorda em um hospital com sua esposa e filhos em volta da cama, fica feliz, mas está com muita dor:
- O que aconteceu?
- Estranhei quando não levantou ontem pela manhã, disseram que você estava em coma, mas que agora você está bem.


Continua

quarta-feira, outubro 09, 2019

Xadrez dos Deuses VI


Digitado por Catherine Bergas Vieira


“Aqui cabe um breve esclarecimento para você que quer acompanhar como vai o jogo ou quem está em vantagem recomendo que peque um tabuleiro de xadrez posicione as peças no início do jogo e faça os movimentos lembrando que os movimentos começam com as brancas e nesse caso quem iniciou o jogo foi Javé caso tenham dúvidas escrevam nos comentários.”


- Então, de certa forma, eles não tem livre arbítrio como você dizia.
- Pode parecer que não Mazda, mas a verdade é que toda a decisão tomada está nas mãos deles, naturalmente , se tiverem fé, em alguns momentos posso colocá-los no caminho certo.
- Mas então, onde está a escolha neste caso.?
- A escolha está no fato de eles terem confiança no meu julgamento, eu sempre sei o que é melhor para eles, como bom pai que sou, mas nem sempre posso ajudá-los, pois quando se trata de desejos e não necessidades, a ajuda pode atrapalhar, pois eles não sabem discernir uma coisa da outra.
Movimento de Mazda CG4-H6.
- Sabe Javé, isto tudo é muito confuso para mim, me explica uma coisa, por que escolheu os humanos?
-Quem você escolheria?
- Não sei, talvez os macacos.
- Pensei neles também Mazda,no entanto eu teria extrema dificuldade de tirá-los da rotina da selva a qual estavam acostumados,lembrando que os humanos são primatas, portanto pertencem a mesma linhagem dos macacos.
- O que me incomoda nos seres humanos é esta mania de grandeza, acham, em sua grande maioria, que poderiam gerir o mundo melhor do que o seu criador.
-É verdade Mazda, é assim mesmo que eles pensam; por isso é um grande desafio cuidar deles.
Movimento de Javé CC3-D5
- Todas as vezes que tentei criar um novo mundo, em nenhum momento considerei a possibilidade de cria-los com humanos, aliás, nunca tive a oportunidade de agradecer-te por deixar o meu filho Zaratustra viver uma vida completa em seu mundo.
- Ora, Mazda foi um grande prazer, eu achei que depois da experiência, Zaratustra te ajudaria com mais conhecimento de causa na criação do seu mundo.
- Na verdade ele ajudou sim e muito; os fatores que fizeram com que meu mundo não desse certo foram outros. Quer exemplos: uma vez eu criei o mundo em um planeta muito próximo da estrela e meus indivíduos duraram menos de um mês; em outra ocasião criei indivíduos de pedra, além da relação entre eles ser extremamente difícil ainda tinha um agravante, eles não morriam.
Movimento de Mazda-DD8-F6
- kkkkkkkkkkkkkkkk, isto realmente é um grande problema, indivíduos que não morrem são mais difíceis de doutrinar, a propósito, audacioso de sua parte movimentar a rainha desta forma.
Um barulho parecido ao de um telefone ecooa pelo lugar.
- Você trouxe algum aparelho de comunicação com você, Javé?
- Não, por que pergunta?
- Não me diga que não está escutando esse barulho.?
- Parece que está vindo do seu bolso.
Mazda, muito desconcertado, olha em seu bolso e percebe que um aparelho está brilhando dentro dele fazendo o tal barulho. - Desculpe eu havia esquecido este aparelho, parece que Zaratrusta precisa de mim –atende o telefone – Fala filho!
- Pai,você está com Javé?
- Estou sim filho.
- Jesus precisa falar com ele.
Continua

quinta-feira, abril 04, 2019

Defensores da Terra

Em uma nave estelar uma raça evoluída trilha o Universo em busca de novas sedes em planetas considerados inferiores ou pouco habitados.
- Capitão, estou detectando um planeta em um sistema de oito planetas que giram em torno de uma estrela anã.
- O que você acha imediato?
- Não custa verificar, Capitão.
- A que distancia estamos dele, cadete?
- Cerca de 4 anos –luz senhor.
- Marque o curso para o sistema.
Com sua tecnologia avançada chegam ao sistema em meia hora:
- Capitão, estamos no sistema.
- Certo cadete, você havia dito que era um sistema de oito planetas no entanto percebo que há um nono.
- Perdoe-me Capitão é uma confusão bastante comum, mas devido ao tamanho deste último, ele não é considerado um planeta e sim um planeta anão.
- Vejo que costuma fazer a lição de casa Cadete, a qual destes planetas você se referia.
- Ah sim, eu me referia ao terceiro planeta a partir da estrela.
- Temos alguma informação sobre ele?
- Apenas o nome, senhor.
- E qual é?
- Seus habitantes o chamam de Terra.
- Não me diga, se eu ganhasse uma unidade monetária por cada vez que ouvi este nome já estaria com muitas delas, não obstante termos nos livrado deste tipo de ambição há milênios. De quantos habitantes estamos falando Cadete.
- Em torno de 7 bilhões senhor.
- Hora um número expressivo, é prudente mandarmos uma sonda para verificar suas defesas, tem certeza que não há registro deles em nossa biblioteca.
- Na verdade há uma citação dizendo que são pouco evoluídos e que tem defesas parcas, ou seja não é uma ameaça para uma nave estelar.
- Entendo, mas em sendo assim porque ainda não foram conquistados?
- Porque as raças que passaram por este sistema acharam que não deveriam interferir com a evolução deles.
- Certo cadete, envie a sonda e me mantenha informado, a ponte é sua imediato, estarei no meu gabinete se precisarem de mim.
- Capitão, uma comunicação do comando.
- Passe para o meu gabinete, atenderei lá.
Logo:
- Capitão Aziz.
- Almirante Hover.
- Soube que está rondando um sistema estelar muito longe de casa.
- Estou fazendo o meu trabalho almirante, acha que eu não deveria estar aqui?
- Não, pelo contrário Capitão, você está exatamente onde deveria estar.
- Com todo respeito senhor, o que objetivamente deseja com esta ligação?
- Você pode entrar para a história do povo Sircondo se conquistar o planeta que deseja.
- Não tenho certeza se vou atacá-lo, estou apenas fazendo uma sondagem. Alguma recomendação?
- Acho que não preciso recomendar nada ao melhor capitão da frota, no entanto prepare-se para uma grande luta, pois talvez o seu alvo não esteja exatamente sozinho.
- O que quer dizer, tem mais informações sobre esta tal Terra.
- Na verdade já falei demais é tudo confidencial, mas lhe desejo boa sorte.
- Sabe que não acredito em sorte senhor.
A ligação é encerrada. O Capitão fica um pouco intrigado, mas segue sua rotina diária, mais tarde:
- Capitão Aziz.
- Cadete.
- Tenho boas notícias nosso alvo tem como arma maior um artefato nuclear.
- E como isto é uma boa notícia?
- Temos escudos capaz de nos proteger e até nossos trajes são imunes a isto.
- Então vamos a batalha, em quanto tempo estaremos prontos?
- Em algumas horas senhor.
- Ótimo, prepare as tropas.
A nave estelar chega rapidamente ao seu destino:
- Olha só que planeta frágil, não tem sequer um campo de força como proteção, qualquer asteroides poderia destruir toda a vida existente no planeta, ainda acho estranho que ninguém tenha vindo para conquistá-lo. Vamos começar devagar, 3 naves auxiliares descerão ao planeta e esquadrinharão pontos vulneráveis para conquistarmos nosso vigésimo planeta.
Todos erguem as armas para cima e dizem um grito de guerra, no entanto quando as naves se encaminham para a atmosfera da Terra, inexplicavelmente são teleportadas para dentro de sua nave novamente:
- O que houve Cadete?
- Não sei dizer Capitão.
- Especule.
- Aparentemente há um buraco de minhoca no início da entrada do planeta o intrigante é que a saída dele dá direto no nosso hangar.
A nave é contactada:
- Identifique-se por favor.
- Sou o Capitão Aziz da nave estelar Bording do povo Sircondo e vocês são a defesa da Terra?
- Podemos dizer que sim.
Neste momento uma frota inteira de naves aparecem em torno do planeta, não deixando nenhum flanco desprotegido.
- Por que não detectamos suas naves?
- É uma tecnologia superior a de vocês.
- Mas a Terra não tem este tipo de tecnologia.
- Evidentemente, mas nós não somos da Terra.


Continua

sexta-feira, fevereiro 08, 2019

Poder de Cura IV

- Certo, vamos lá, vou te chamar de Verônica.
- Gostei do nome e você, como devo chamá-lo?
- Me chame de Bóris.
- Então Bóris, o que quer saber?
- Me fale sobre como foi parar na cabeça do senhor Jorge?
- Olha, na verdade, ocorre na hora da morte, eu estava com outra pessoa e ela morreu e aí eu fui para a cabeça do Jorge, não sei como acontece, só sei que acontece.
- Certo, há quanto tempo você estava com ele?
- Acho que uns cinco anos.
- Entendi. Como você funciona?
- Vai depender muito do seu humor, se ficar muito nervoso, vou ficar feia e estressada, se ficar mais feliz serei bonita e prestativa.
- Certo Verônica, acho que vamos nos dar bem, você por acaso não pode se ocultar da minha visão?
- Não, não será possível, posso ficar em silêncio, mas estarei com você o tempo todo.
- O Jorge disse que você desaparecia por longos períodos.
- Era quando ele curava uma ressaca com outra bebedeira, ele ficava dias assim, então nossa conexão era quebrada.
-Claro e você por acaso não é capaz de ler pensamentos?
- Só quando está sonhando, acordado não.
Alguns anos depois:
- Olá, eu sou o Bóris, tenho uma consulta marcada com a Dra. Bárbara.
- Sim senhor Bóris – Responde a secretária – aguarde um minuto que vou chamá-la.
Boris parece nervoso e desconcentrado não consegue aguardar sentado. Logo a Dra. Bárbara o Chama:
- Senhor Bóris, pode entrar.
Bóris entra olha todo a sala demoradamente após isto, senta-se:
- Vejo que é a sua primeira consulta senhor Bóris.
- Sim.
- E qual é o problema senhor Bóris?
- Na verdade tenho muitos, mas dois deles realmente me preocupam.
- E quais são eles?
- O primeiro é que sou capaz de curar doenças, o segundo é que uma moça fala comigo só que ela não existe.
A Dra, Bárbara escreve nas anotações: paranoia e esquizofrenia:
- Por qual vamos começar Bóris?
- Acho que a moça está me incomodando mais do que minha capacidade de curar.
- Certo então podemos começar por aí.
- Na verdade, doutora, a Verônica está comigo por causa do meu poder de cura.
- Você deu um nome para ela ou ela já tinha um nome quando veio até você.
- Fui eu quem deu o nome para ela, ela veio faz alguns anos quando curei um sujeito que se dizia perseguido, ele me contou a história e assim eu o curei, achei que tinha resolvido tudo, mas ela apareceu para mim, algum tempo depois da cura.
- Espera um pouco Bóris, preciso me situar. Você cura pessoas e ao curar uma pessoa, ao que tudo indica, esquizofrênica, você absorveu esta esquizofrenia para si. Estou um pouco curiosa, quando você cura doenças todas elas vêm para você?
- Sabe doutora, nunca havia pensado nisso, mas não vem não esta é a primeira vez.
- Então o que você acha que aconteceu neste caso específico.
- Na verdade, é por isso que estou aqui.
- Quer falar sobre o outro problema ou podemos nos focar neste por enquanto.
- Bom, uma coisa de cada vez, vamos tratar da Verônica.
- Muito bem, ela está com você, certo?
- Sim.
- Ela pode responder há algumas perguntas? Ela pode me ouvir?
- Sim e sim.
- Verônica de onde você é?
- Ela disse que é do Egito.
- Ora que peculiar, quando você nasceu?
- Ela disse que pelo nossa contagem a cerca de cinco mil anos.
- Por quantos hospedeiro você já passou?
- Ela não entendeu a peergunta.
- Como você chamaria o Bóris.
- Ela disse “de meu amigo”.
- Então por quantos amigos já passou?
- Ela disse “o Bóris deve ser o de número 2000
- Entendo e como exatamente isto se dá?
- Ela disse “geralmente pela morte, mas às vezes indivíduos especiais conseguem me sugar para a mente deles.”
- Agora quero falar com você Bóris. Em que exatamente ela te incomoda?
- Bom pra começar ela não dorme, então quando eu acordo ela me enlouquece com muitas perguntas, depois quando ela se acalma ainda assim quer conversar, mas não posso conversar com ela, por que as pessoas vão achar que eu sou maluco e isto fará eu perder a minha credibilidade, então tento ignorá-la, aí ela começa a gritar e a me xingar até que eu lhe dê atenção novamente.
- Muito bem, Bóris, acho que por hoje já chega, vou fazer uma análise disto tudo e vamos determinar um tratamento, por enquanto vou te receitar um psicotrópico, mas acho que pode interferir no seu poder de cura, me mantenha informada sobre os efeitos colaterais, falo com você na próxima semana.
- Obrigado doutora, acha que tenho chances de cura?
- Com toda certeza, já vi casos parecidos e acho que podemos chegar a algum lugar.
Logo depois na casa de Bóris.
- Você não vai tomar o remédio?
- Não Verônica, você vai desaparecer.
- Mas não era isto que você queria?
- Não na verdade eu quero te ajudar, esta doença não é minha, é sua eu preciso libertá-la, não pode continuar vagando por aqui, precisa seguir seu caminho, só agora compreendo por que você está comigo.


Continua

quarta-feira, agosto 15, 2018

Irmão Gêmeos II - Leônidas

- Leônidas, como vai?
- Vou bem, Ciro e você?
- Sim, claro, posso te perguntar uma coisa?
- Claro, Ciro.
- Já esteve em São Paulo?
- Já sim, tenho sócios lá.
- Acho que tem sósias também.
- Do que está falando?
- É que estive lá há alguns anos e encontrei você na rodoviária.
- Não é possível Ciro, eu não uso ônibus de viagem a cerca de 5 anos, foi antes disso?
- Não, na verdade foi depois, acho que há uns 2 anos.
- Leônidas eu só soube que não era você porque o cara tinha uma identidade dizendo que se chamava Balthazar.
- Estranho e chocante, por que demorou tanto para me perguntar?
- Não sei, a princípio eu achei que você tinha arrumado uma identidade falsa e estava brincando comigo, depois acabei me esquecendo do ocorrido e convenhamos, a gente não se encontra o tempo todo, né?
- Tem razão, temos que mudar isto, eu tenho uma reunião agora Ciro, que tal tomarmos um café mais tarde, eu ligo pra você.
- Ora, porque não Leônidas, aguardo a sua ligação.
Os dois se distanciam Leônidas pensa:
“- Que sujeito mais chato, mas desta vez ele me deixou intrigado.”
Ciro pensa:
“- Se eu ganhasse uma moeda por cada vez que ele prometeu um café, eu estaria milionário.”
Leônidas chega atrasado à reunião, Sílvia está tentando convencer seus sócios com uma apresentação sobre a utilidade de seu novo empreendimento um perfume noturno, segundo ela, usando este perfume a noite as mulheres estariam protegidas o dia inteiro Leônidas toma a palavra:
- Sílvia, desculpe interrompê-la, mas o que há de novo nisso, talvez poucos de vocês saibam mas o perfume é realmente para se usar a noite, os vendedores não divulgam isto para vender mais.
- Senhor Leônidas que bom que resolveu aparecer para tentar atrapalhar a minha explanação, a sua dúvida é muito salutar senhor Leônidas, mas está se confundindo com o desodorante, este sim deve ser passado a noite, pois o efeito é mais duradouro, com o perfume a história é um pouco diferente, já é usado em lugares específicos pelas mulheres e costumam durar pouco, com esta ideia, mesmo que se utilize o desodorante poder-se-ia usar o perfume e sua essência seria mantida por 24 horas.
Neste momento Sílvia é interrompida por George, vice-presidente da empresa:
- Obrigado Sílvia vamos pensar na sua ideia, sei que é um produto que é forte candidato a conseguir o patrocínio da empresa. Alguma pergunta ou comentário final, - olha para um lado e para outro e diz – Então encerramos a reunião. Leônidas quero falar com você.
Mais tarde na sala de George:
- O que pensa que está fazendo Leônidas?
- Cuidando dos interesses da empresa.
- Não precisava ridicularizar a menina na sua apresentação.
- Deu esta impressão, porque a ideia é ridícula, acha mesmo que alguém vai cair nesta conversa, todos os perfumes têm a mesma propriedade ela não inventou a lâmpada.
- Leônidas, qual o seu problema com ela.
- Ela não merece estar aqui, acho que não é qualificada nem para limpar ruas.
- Ora, não vamos exagerar, ela ajuda a manter a empresa sólida com a aprovação da sacola biodegradável.
- É, esta eu tinha me esquecido, mas acho que uma decisão que ela tomou há 10 anos não deveria mantê-la no emprego.
- Quer trabalhar no Recursos Humanos, agora?
- É claro que não.
- Então deixe os funcionários por minha conta, aconteceu alguma coisa, parece estressado.
- Na verdade, mais intrigado.
- O que houve?
- O Ciro me disse que me encontrou a 2 anos numa rodoviário em São Paulo.
- E daí?
- E daí que não frequento rodoviárias há muitos anos.
- Por que isto é relevante?
- O Ciro disse que o sujeito é a minha cara e também que só acreditou nele quando o sujeito mostrou a identidade com o nome Balthazar.
- Tudo bem, Leônidas, o que acha que está acontecendo?
- Não tenho certeza, mas pode ser que eu tenha um irmão gêmeo.
- Como isto seria possível? Você conhece a sua mãe e o seu pai.
- Conheço sim, mas eu fui adotado, ninguém tem informações de onde eu nasci, meus pais me adotaram quando eu tinha 3 anos, nunca me esconderam isto e eu também nunca me preocupei com isto até agora.
- Mas seria tão ruim assim ter um irmão gêmeo.
- Sempre fui sozinho, não sei se gostaria de ter alguém com a minha cara andando por aí.
Leônidas recebe uma mensagem de Ciro falando sobre o café:
- Preciso ir, George, tenho um compromisso.
- Até logo.
Quando está a caminho Leônidas recebe uma mensagem da mãe e desmarca o café com Ciro escrevendo na mensagem que precisa ver a mãe, instantes depois:
- Mãe, vim o mais rápido que pude, o que era tão urgente?
- Tem gente te procurando, filho.
- Olhe esta foto.
- Mas sou eu , mas nunca tirei uma foto com esta roupa.
- Nós também estranhamos, seu pai pegou esta foto, quando um sujeito o abordou e perguntou se tinha um filho chamado Leônidas, ele respondeu que sim então o sujeito mostrou esta foto e seu pai achou prudente dizer que você não era nem parecido, está escondendo algo de nós meu filho?
- Nada importante, onde encontro este sujeito?


Continua

segunda-feira, janeiro 22, 2018

Voo 3756 II

- Como nós temos tempo, acho que podemos até sair do aeroporto.
Em casa a esposa de Raimundo recebe uma ligação:
- Alô!
- É a senhora Marlene Silva?
- Sim.
- Senhora Marlene,houve uma desistência no voo 3756 e a senhora poderá viajar no mesmo voo do seu marido Raimundo,esteja no aeroporto daqui a 3 horas.
- Nossa! Que notícia boa! Irei imediatamente .
No aeroporto Januário e Raimundo resolvem fazer algo diferente:
- O que você acha de jogarmos sinuca?
- Grande ideia Raimundo.
E os dois resolvem ir a um bar perto do aeroporto e assim passam muito tempo jogando sinuca e bebendo cerveja,evidentemente perdem a noção do tempo; então o celular de Raimundo toca:
- É minha esposa,Januáario,preciso atender. Alô
- Raimundo, onde você está?
- Estou com um amigo aqui no bar.
- Você disse bar?
- Sim conheci o Januário e resolve jogar uma sinuca para passar o tempo aconteceu alguma coisa aí em casa?
- Na verdade aconteceu sim, mas noto pela embriaguez flagrante que não deve ter notado o passar da hora. – Raimundo olha para o relógio e leva um susto.
- Meu amor tem razão tenho que pegar o voo e preciso correr senão vou ficar e pegar o voo amanhã com você se me deixarem embarcar.
- Então, na verdade você já perdeu o voo.
- Como aasim?
- Em qual bar você está?
- Por quê?
- eu vou até aí e explicarei tudo.
15 minutos depois:
- Oi, meu amor aquele ali é o Januário. – Januário a cumprimento erguendo a garrfa de cerveja e Marlene assente com a cabeça e depois olhando para Raimundo meneia a cabeça.
- Olha Raimundo recebi umtelefonema da empresa aérea para estar no aeroporto pois havia uma desistência então eu voaria com você o mesmo voo somente poltrons separadas, sai correndo de casa para dar tempo de pegar o voo, fiz todo o procedimento embarquei as bagagens e fui até o avião quando cheguei notei que você não estava no voo, cheguei a perguntar a todos se haviam visto alguém com as suas características, mas ninguém havia visto, então pedi para sair do avião e disse que esperaria você embarcar, mas você não chegava.
- Marlene, por que não me ligou antes?
- Por que não checa o seu celular e veja quantas ligações perdidas você tem.
De fato haviam 15 ligações perdidas de Marlene:
- Meu Deus! Não acredito e agora como ficamos, ainda vamos para Fortaleza?
- Não querido não vamos, acho que desta vez perdemos a chance de conhecer o nordeste de graça. Tudo porque você perdeu a hora na sinuca.
- Como vou contar isto ao Januário.
- Sei lá fala lá com ele.
- Tem uma coisa estranha, por que você não está brava, achei que você pularia no meu pescoço e tentaria me assassinar por ter perdido as férias da sua vida.
- Hora, eu não sou assim além do mais achei que você estivesse morto porque não atendia o celular, ainda estou me recuperando do choque.
Lá no fundo do bar, Januário já muito alterado com a cerveja:
- Ei Raimundo nós caímos, mas estamos vivos, isto não é demais?
- Do que aquele maluco está falando.
No noticiário da TV:
“- O voo 3756 caiu logo após a decolagem, ainda não temos informações sobre a quantidade de feridos e mortos, mas em breve teremos as informações adicionais.”
Marlene e Raimundo se olham e ainda em silêncio deixam o Bar enquanto Januário ri desvairadamente dizendo que caiu de um avião e ainda está vivo. No caminho de casa Raimundo diz:
- Hoje foi um dia estranho, íamos realizar o nosso sonho de viajar de avião e percebi que a melhor ctsa que aconteceu na minha vida foi não ter embarcado no avião.
- Para mim duas sensações a primeira de que você tinha estragado a minha vida e logo depois a sensação de que você havia salvo a minha vida.
FIM

quarta-feira, dezembro 20, 2017

LHB – Como Granamir conseguiu a HAARP

Digitado por Catherine Bergas Veira -Senhor Granamir.
Uma cadeira muito bem adornada que está de costas para o interlocutor se vira e sem responder olha fixamente para quem o interpela.
- Desculpe senhor Granamir, houve uma falha na missão.
- Quem falhou?
- Na verdade, todos.
- Mas o ataque foi coordenado, como poderia ter havido uma falha.
- Tem uma explicação senhor Granamir.
- E qual seria?
- Quatro palavras: “Liga de Heróis Brasileiros”.
Granamir ainda estupefacto, pergunta:
- Mas quem são eles?
- Não sabemos, por enquanto só os vimos pela imprensa.
- O que eles têm de especial?
- Digo sem medo de errar, eles tem poderes especiais, são muito organizados e coordenados.
- Por esta eu não esperava, o meu nome foi divulgado?
- Sabemos apenas que Giácomo foi capturado, há uma boa possibilidade de conhecerem pelo menos o seu codinome.
- Acho que Granamir não vai levá-los a lugar nenhum e isto é bom, mas qual seria o próximo passo?
Granamir recorda-se de alguns anos atrás quando conseguiu o dispositivo HAARP. Ele era jovem ambicioso e a oportunidade se apresentou, não havia como deixá-la passar.
Furão havia apresentado Granamir a João Lopes :
- O Furão me disse que você quer entrar para o meu empreendimento.
- Achei que você tinha uma gangue.
- Gostei do seu senso de humor. Como você se chama mesmo?
- Granamir.
-Quantos anos você tem?
- Tenho 19 anos.
- Sabe Granamir, temos um plano de dominar as forças da natureza.
- Senhor João, vejo que talvez eu tenha escolhido o patrão errado, pois até um garoto como eu sabe que isto é impossível.
- E se eu dissesse para você que há um projeto militar americano que consiste em um dispositivo chamado: HAARP.
- Acredita que isso é verdade senhor João? – Diz Granamir incrédulo.
- Eu tenho certeza absoluta, o meu espião no FBI já me passou o trajeto do transporte do dispositivo. – Diz isto mostrando uma foto de um enorme caminhão com uma geringonça que Granamir jamais havia visto.
-Por que está me contando isso senhor João?
- Porque você ira interceptar o caminhão e me trará a HAARP.
- Não acha que sou muito novo para este trabalho?
- Granamir, você tem a chance de me provar o seu valor no seu primeiro trabalho, se quiser desistir, a porta é ali.
Granamir pensa por alguns segundos e diz:
- Aceito sua proposta senhor João.
Horas mais tarde, Furão e Granamir encontram-se na rodovia que o caminhão com a HAARP iria passar:
- Como você acha que conseguiremos render soldados altamente treinados e roubar a HAARP?
- Temos planejado isto há quase 5 anos e antes que pergunte como os venceremos com apenas dois indivíduos, saiba que o caminhão já é nosso.
- O que quer dizer?
- Quero dizer que nosso contato no FBI já cuidou dos soldados treinados dos quais você falava.
Logo o caminhão aponta na reta e para bem diante de Furão e Granamir:
- Encomenda para João Lopes. – Diz isto monstrando uma prancheta. – Assinem aqui por gentileza.
Furão e Granamir se entreolham surpresos:
- Ah, peguei vocês, até parece que eu iria registrar um roubo do FBI.
Mais tarde:
- Puxa,Furão! Não esperava tamanha eficiência.
- Granamir,se continuar conosco verá que somos muito bem coordenados, estamos sempre um passo a frente de todos; aliás é somente por isso que nossa organização se mantém.
- Posso perguntar algumas coisas,Furão?
- Claro Granamir.
- Por que vocês acharam que, eu um garoto de 19 anos,poderia de, alguma forma, ajudar uma organização como a sua? Aliás,não entendi por que estive presente nesta transferência, afinal vocês pareciam ter tudo sob controle.
- Granamir,você precisa entender uma coisa,sempre vamos precisar de novos talentos, os primeiros trabalhos nunca são emocionantes, mas garanto que os próximos terão um nível de dificuldade superior.
Ao chegar no local combinado com João Lopes, Granamir e Furão percebem uma movimentação incomum e veem o galpão cercado por vários carros de polícia. E o pensamento de Granamir se fecha.
- Senhor Granamir...Senhor Granamir.?
- Ahn!
- Onde o senhor estava? Eu estou tentando te perguntar já à algum tempo sobre o nosso próximo passo.
- Por enquanto, Ezequiel, vamos aguardar, preciso de tempo para pensar.



Continua

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Coleção Os Dez Maiores Nomes da Humanidade

Segundo Flávia Trevisan

1. - GALILEU GALILEI
2. - ALEXANDER FLEMMING
3. - PAPA FRANCISCO I
4. - MARIE CURIE
5. - WILLEM EINTHOVEN
6. - TOM JOBIM
7. - ZILDA ARNS
8 - NELSON ROLIHLAHLA MANDELA
9. - HENRY FORD
10. - CLEÓPATRA


1. - GALILEU GALILEI – Nascido em 15 de fevereiro de 1564 em Pisa – foi cientista, físico, pesquisador, enunciou o princípio da inércia, melhorou o telescópio retrator, descobriu quatro dos satélites de Júpiter e os anéis de Saturno, defendeu o sistema heliocêntrico. Perseguido pela igreja foi obrigado a negar a própria ideia do sistema heliocêntrico, ideia inicial de Kepler, sob pena de fogueira, diante deste fato disse uma célebre frase: “Não existe um asno perfeito, a burrice não tem fim”. Mas mesmo assim negou publicamente a sua teoria depois de amargar algum tempo de prisão pela inquisição, defendia a teoria de que a terra era redonda. Sabedoria, arrojo, prudência e não ter medo de experimentar são todas as qualidades que devem ter um cientista, assim surgem os inventos e a melhoria da sociedade, Galileu tem todas estas qualidades, era, indubitavelmente, um homem a frente de seu tempo, por isto é um dos maiores contribuintes do crescimento e das conquistas da humanidade.

2. - ALEXANDER FLEMMING - Escocês de nascimento, Nobel de filosofia e Medicina em 1945, Alexander Fleming até hoje ainda é o maior responsável pela sobrevida da maioria dos seres humanos ao descobrir a penicilina, um poderoso antibiótico extraído do fungo Penicillium notatum principalmente encontrado no bolor do pão (também descobriu uma proteína antimicrobiana chamada Lisozima) mas Alexander Fleming é um grande ser humano por não ter patenteado sua descoberta achava-a importante demais para ficar restrita, achou que a difusão do medicamento seria mais rápida sem essa bobagens burocráticas. Como médica, não posso deixar de considerar uma das pessoas mais importantes da humanidade.

3. - PAPA FRANCISCO I – Jorge Mario Bergoglio nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, ele é o 266º papa da história da Igreja Católica, Pioneiro de várias formas, primeiro papa latino-americano, também primeiro do hemisfério sul e evidentemente o primeiro a usar o nome Francisco que lhe coube bem, já que é o papa mais humilde da história, saiu na capa da Times como homem do ano em 2013. Usa transporte coletivo, não frequenta restaurantes, gosta de música clássica, literatura e é torcedor do San Lourençode Almagro da Argentina. Publicou vários livros Há anos não tenho um modelo de chefe religioso tão notório como o atual Papa. Sem perder o tradicionalismo que a Igreja Católica carrega, ele tem conseguido modernizar doutrinas e de certa forma, até alguns dogmas.

4. - MARIA SALOMEA SKŁODOWSKA depois de casada tornou-se MARIE SKŁODOWSKA CURIE - foi uma cientista polonesa com naturalização francesa que conduziu pesquisas pioneiras no ramo da radioatividade. Nasceu em Varsóvia no dia 07 de novembro de 1867, , no então Reino da Polônia, parte do Império Russo. Estudou na Universidade Floating, em Varsóvia, onde começou seu treino científico. Em 1891, aos 24 anos, seguiu sua irmã mais velha, Bronislawa, para estudar em Paris, cidade na qual conquistou seus diplomas e desenvolveu seu futuro trabalho científico. Em 1903, Marie dividiu o Nobel de Física com o seu marido Pierre Curie e o físico Henri Becquerel. A cientista também foi laureada com o Nobel de Química em 1911. Foi a primeira mulher a ser laureada com um Prémio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes. A família Curie ganhou um total de cinco prêmios Nobel. Marie Curie foi a primeira mulher a ser admitida como professora na Universidade de Paris. As conquistas de Marie incluem a teoria da radioatividade (termo que ela mesma cunhou), técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos, o polônio e o rádio. Sob a direção dela foram conduzidos os primeiros estudos sobre o tratamento de neoplasmas com o uso de isótopos radioativos. A cientista fundou os Institutos Curie em Paris e Varsóvia, que até hoje são grandes centros de pesquisa médica. Durante a Primeira Guerra Mundial, fundou os primeiros centros militares no campo da radioatividade. Marie Curie ensinou suas duas filhas a falar em polonês e as levou em viagens para a Polônia. Nomeou o primeiro elemento químico que descobriu de polônio, em homenagem ao seu país de origem. Marie Curie morreu aos 66 anos, em 1934, em um sanatório em Sancellemoz, na França, por conta de uma leucemia causada pela exposição a radiação ao carregar testes de rádio em seus bolsos durante a pesquisa e ao longo de seu serviço na Primeira Guerra, quando montou unidades móveis de raio-X. Em 1995, a cientista se tornou a primeira mulher a ser enterrada por méritos próprios no Panteão de Paris. As descobertas de Marie Curie mudaram o mundo.

5. - WILLEM EINTHOVEN - nasceu em 21 de maio de 1860 em Semarang em Java nas Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia). Em 1885, Einthoven recebeu um diploma de medicina da Universidade de Utrecht neste mesmo ano descobriu o mecanismo do electrocardiograma em 1885. Tornou-se professor da Universidade de Leiden em 1886. Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1924. Einthoven faleceu 28 de setembro de 1927 e está sepultado no cemitério da Igreja Reformada, em Oegstgeest, na província da Holanda do Sul. Dr. Einthoven revolucionou a história da medicina com a invenção do eletrocardiograma, um grande nome que deve ser sempre lembrado quando alguém é diagnosticado com a ajuda da sua invenção.

6. - ANTONIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM – Nascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro (na época Distrito Federal), em 25 de janeiro de 1927, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro. É considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira pela revista Rolling Stone e um dos criadores e principais forças do movimento da bossa nova. Aprendeu a tocar violão e piano em aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil. Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York, em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema. Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de “clássicos” produzidos por Tom é impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba (com Vinícius), Ela é Carioca (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio), Vivo Sonhando. Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi The Composer of Desafinado, Plays, de 1965), participou de espetáculos e fundou sua própria editora, a Corcovado Music. Em 1964, competindo com os Beatles, os Rolling Stones e Elvis Presley, Tom Jobim ganhou o Grammy de Música do Ano com a "Garota de Ipanema". O sucesso fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. Tom Jobim morreu em Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994.Posso dizer apenas que ouvir suas canções pode fazer você entender o grande impacto que ele teve na humanidade.

7. - ZILDA ARNS NEUMANN - foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira, nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Santa Catarina. Era irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, Em 1953, começou a estudar medicina, na UFPR, no mesmo ano ela começou a cuidar de crianças menores de um ano. Na época, Zilda se impressionou com a grande quantidade de crianças internadas com doenças de fácil prevenção, como diarreia e desidratação. Graduou-se em medicina pela UFPR em 1959, aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Sua experiência fez com que, em 1980, fosse convidada pelo Governo do Estado do Paraná a coordenar a campanha de vacinação Sabin, para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, criando um método próprio, depois adotado pelo Ministério da Saúde. No mesmo ano, foi também convidada a dirigir o Departamento Materno-Infantil da Secretaria da Saúde do mesmo Estado, quando então instituiu com extraordinário sucesso os programas de planejamento familiar, prevenção do câncer ginecológico, saúde escolar e aleitamento materno. Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, Cardeal Agnelo, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil , que, à época, era Arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis. Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1.816.261 crianças menores de seis anos e 1.407.743 de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social. Para multiplicar o saber e a solidariedade, foram criados três instrumentos, utilizados a cada mês:Visita domiciliar às famílias; Dia do Peso, também chamado de Dia da Celebração da Vida e a Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão. Recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária no país. Da mesma forma, à Pastoral da Criança foram concedidos diversos prêmios pelo trabalho realizado desde a sua fundação. Em 2012, numa seleção por um formato internacional, Arns foi eleita a 17ª maior brasileira de todos os tempos. Formada na mesma Universidade que anos depois pude estudar. Mudou a humanidade com projetos de prevenção de mortalidade infantil. Salvou muitas vidas com medidas sanitárias básicas. Zilda Arns foi um exemplo de ser humano, deveria ser matéria de escola onde se aprenderia a ser solidário e a pensar em termos de sociedade e não apenas no individual.

8 - NELSON ROLIHLAHLA MANDELA - nasceu em Mvezo no dia 18 de julho de 1918, foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou "Tata" (Pai), aos 23 anos foi para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua atuação política. Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude, acabando como réu em um infame julgamento por traição. Foragido, tornou-se depois o prisioneiro mais famoso do mundo, responsável pela refundação do seu país, como uma sociedade multiétnica. Mandela passou 27 anos na prisão - inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil em seu país. Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes americanos foram empregados para auxiliar as forças de segurança da África do Sul e para localizá-lo. Até 2009, ele havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre. Em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, 18 de julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia. Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da sua vida. Denunciado como sendo um terrorista comunista por seus críticos, ele acabou sendo aclamado internacionalmente por seu ativismo e recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética. Seus críticos apontam seus traços egocêntricos e o fato de seu governo ter sido amigo de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano (CNA). Em sua vida privada, enfrentou dramas pessoais, mas permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo". Nelson Mandela foi um lutador, revolucionário, os direitos humanos e a igualdade de direitos racial teve na figura de Nelson Mandela o seu maior defensor.

9. - HENRY FORD – Nasceu em Springwells no dia 30 de julho de 1863, foi um empreendedor estadunidense, fundador da Ford Motor Company, autor dos livros "Minha filosofia de indústria" e "Minha vida e minha obra", e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo. A introdução de seu modelo Ford T revolucionou os transportes e a indústria dos Estados Unidos. Ford foi um inventor prolífico e registrou 161 patentes nos Estados Unidos. Como único dono da Ford Company, ele se tornou um dos homens mais ricos e conhecidos do mundo. No dia 16 de junho de 1903, dia da fundação da Ford Motor Company, foi investido um capital de US$150 000 (em valores da época), de 12 sócios, sendo que US$28 000 foram investidos pelo próprio Ford, com então 40 anos na época. A ele é atribuído o "fordismo", isto é, a produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como "linha de montagem", o qual tinha condições de fabricar um carro a cada 98 minutos, além dos altos salários oferecidos a seus operários — notavelmente o valor de 5 dólares por dia, adotado em 1914. O intenso empenho de Henry Ford para baixar os custos resultou em muitas inovações técnicas e de negócios, incluindo um sistema de franquias que instalou uma concessionária em cada cidade da América do Norte, e nas maiores cidades em seis continentes. Ford deixou a maior parte de sua grande riqueza para a Fundação Ford, mas providenciou para que sua família pudesse controlar a companhia permanentemente. Henry Ford faleceu em Dearborn em 7 de abril de 1947. Encontra-se sepultado no Cemitério Woodlawn, Detroit, Condado de Wayne em Michigan nos Estados Unidos. A contribuição de Henry Ford para a humanidade é flagrante, além criar a produção em larga escala, criou a idei de metas a produção de “X” carros em “Y” dias; também o fato pagar os seus funcionários que, segundo ele, aumentando o poder de compra criaria um movimento econômico cíclico, ideia que deveria ser adotada por empresários e políticos contemporâneos.

10. - CLEÓPATRA THEA FILOPATOR em grego: Κλεοπάτρα Φιλοπάτωρ, - nasceu em 69 a.C. em Alexandria foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista daquele país pelo rei Alexandre III da Macedônia. Era filha de Ptolemeu XII. O nome "Cleópatra" significa "glória do pai", "Thea" significa "deusa" e "Filopator" "amada por seu pai". A numeração das rainhas do Egito varia conforme o historiador. Por exemplo, E. R. Bevan a numera como Cleópatra VI. Cleópatra foi uma grande negociante, estrategista militar, falava seis idiomas e conhecia filosofia, literatura e arte gregas. Foi retirada do pó der por seu irmão de se casar com ele como de costume, mas um ato falho de seu irmão a trouxe de volta com a ajuda de Júlio César. Cleópatra foi a rainha mais famosa do Egito em uma época em que as mulheres tinha pouca ou nenhuma importância, mas a civilização egípcia sempre a frente do seu tempo foi agraciada pela sua sabedoria e capacidade estratégica, foi uma grande representante da luta feminina pela igualdade somente por ocupar este cargo de destaque.

quinta-feira, outubro 13, 2016

Irmãos Gêmeos

- Me disseram que eu tenho um irmão gêmeo.
- Você acreditou?
- Sim, por isto estou aqui.
- Quer me contar como aconteceu?
- Eu sou de Terezina no Piauí, nasci em 30 de Janeiro de 1983, na Maternidade Evangelina Rosa.
- Espera, tem certeza que precisa ser tão específico.
- O senhor é o detetive Paranhos não é.
- Sou sim.
- Pelo que eu soube o senhor é o melhor da região e me foi muito bem recomendado.
- É, modéstia à parte, eu sou sim.
- Na sua placa na porta está escrito “Detetive Paranhos – Por favor ‘Seja específico’”.
- Tem razão, faz tempo que tenho que trocar esta placa, eu a coloquei porque as pessoas achavam que eu era um tipo de mágico ou prestidigitador, me davam um nome sem sobrenome para eu encontrar a pessoa sabe Deus onde.
- Por isto estou seguindo o seu conselho senhor Paranhos.
- Então continue senhor...?
- Balthazar.
- Sim claro, continue senhor Balthazar.
- Como eu dizia, eu nasci naquela maternidade há pouco mais de trinta anos, a minha mãe se chama Gertrudes de Aragão Nunes e meu pai se chama Ermelino Nunes, então sou Balthazar de Aragão Nunes. A minha história não é tão incomum sou o tipo do migrante que veio para São Paulo em busca de uma vida melhor.
- Como era a vida em Terezina?
- Bom, por ser a capital do estado e a cidade mais populosa, havia um problema crônico de espaço e a concorrência era feroz para o que quer que fosse, tanto mercadorias, mulheres, empregos, escolas e tudo o mais, era difícil lidar com isto, a temperatura geralmente é bastante alta, durante muitos anos achei que não sairia de lá, afinal eu gostava do lugar, estava completamente adaptado, mas muita coisa me incomodava.
- O que, por exemplo?
- Bem, meus vizinhos eram excêntricos, dados a festas que viravam a madrugada, a minha incompetência no aprendizado que acabou se mostrando como apenas um tipo de bloqueio, pois aqui em São Paulo consegui lidar muito bem com os estudos, mas antes eu achava que não iria muito longe estudando por lá.
- Entendo, talvez fosse apenas uma questão de desafio.
- Pode ser, mas acho que era mais a curiosidade de conhecer a maior cidade do país, sempre tive curiosidade sobre São Paulo, desde que me entendo por gente, acho que sempre senti uma atração por estas terras, como se eu tivesse nascido aqui, entende?
- Sim, claro, vários dos meus clientes costumam dizer o mesmo, mas continue.
- Então, eu tinha 15 anos quando pensei em ser arquiteto, sabia que a profissão era dura, pois a não ser pelo Oscar Niemeyer, poucas pessoas haviam se dado bem no Brasil nesta profissão principalmente em Teresina, isto seria também um bom motivo para vir para cá.
- Têm parentes aqui?
- Não, mas agora começo a achar que sim.
- Por quê?
- Por causa do episódio da rodoviária.
- O que houve na rodoviária senhor Balthazar?
- Eu tinha acabado de chegar a São Paulo voltando de uma viagem a Terezina, tinha ido visitar a minha mãe, deve fazer uns dois anos que isto aconteceu e de repente fui abraçado por um estranho e ele disse com muita intimidade:
“- Leônidas, que saudades de você, como você mudou, também, deve fazer uns 10 anos que não o vejo, como está jovem, não envelheceu nenhum dia. - Me desculpe senhor, de que nome me chamou?
- Leônidas, seu brincalhão, não me diga que não se lembra de seu velho amigo?
- Olha, o senhor está me confundindo, não conheço nenhum Leônidas, meu nome é Balthazar, não sei como pode ter me confundido, mas não posso ajudá-lo.”
- Eu já estava saindo e me distanciando quando aquele senhor correu atrás de mim me pegou pelo braço e disse:
“...- Não é possível, você é o Leônidas ou você é irmão gêmeo dele, tem os mesmos olhos, o mesmo nariz, se eu tivesse uma foto mostraria a você, mas não pode haver outra pessoa tão parecida assim.
- Meu senhor, vou te provar que não sou o Leônidas.”
- Mostrei a identidade a ele e disse que trabalhava em São Paulo há muitos anos e que as únicas cidades que conhecia eram Terezina minha cidade natal e São Paulo onde estava trabalhando hoje, mas ele insistia que me conhecia de Goiânia.
- Entendi, por isto veio me procurar, quer achar o seu irmão gêmeo.
- Na verdade ele pode ser apenas um sósia.
- É uma possibilidade, mas pela descrição detalhada do sujeito, a possibilidade de vocês serem irmãos é grande. Vou começar a investigação, preciso do endereço da clínica de seu nascimento, toda a sua documentação e se puder a de seus pais, também vou mandar alguém a Goiânia para ver se encontram alguém parecido com você, então também precisarei de uma foto em tamanho de pôster se possível.
- Por favor senhor Paranhos, faça isto com discrição, não quero meu rosto nos jornais de Goiânia, eu não sei o que o meu suposto irmão faz ou fez, não quero me arriscar à toa.
- Entendo a sua preocupação, senhor Balthazar, pode confiar, realizarei um bom trabalho e o manterei informado.
- Obrigado senhor Paranhos.
- Como deve saber, estou a serviço do senhor Oscar.
- Claro, eu jamais poderia pagá-lo.
- Então terei que notificá-lo das minhas descobertas.
- Não há problemas senhor Paranhos, o senhor Oscar quer muito me ajudar e pode contar tudo o que descobrir para ele também. Quando começa?
- Terei que fazer alguns telefonemas, agendar os voos, contratar um pessoal e assim que me trouxer a documentação vou para campo investigar.
- Então estamos acordados.
Depois disso voltei à pensão Tordilhos, onde tenho morado nos últimos anos:
- Telefone para você, senhor Balthazar.
- Obrigado senhora Helga, já vou descer para atender.
Ainda preciso usar os telefones fixos:
- Alô, aqui é o Balthazar.
- Oi Balthazar, sou eu.
- Oi linda, finalmente você ligou.
- Como é que pode, eu devo ser a única mulher cujo namorado, não tem celular.
- Graziela, eu estou trabalhando nisso, em breve, eu vou ter um, mas sabe como é a vida de mordomo, não é tão rentável assim.
- Balthazar ou você é pão duro demais ou tem medo de tecnologia, até os carrinheiros têm celular...Bom deixa prá lá, como foi com o investigador?
- Ele pareceu um sujeito interessante e muito competente vamos ver o que ele é capaz de fazer, não dá para analisar sem ver os resultados né, você vai passar aqui hoje ou quer que a pegue no serviço?
- Você está de folga?
- O senhor Oscar disse que depois de tanta dedicação eu merecia uma semana de folga.
- Faça o seguinte, eu vou sair em meia hora, venha aqui, vamos sair para jantar ou fazer alguma outra coisa.
- Certo logo mais nos encontramos então.
Ao desligar o telefone, eu ouvi um comentário da senhora Helga:
- Já ouviu falar em telefone celular, senhor Balthazar?
- Dona Helga, obrigado pela dica. – Respondi de modo sarcástico.
Ainda ouvi comentário quase silencioso de Dona Helga:
- O cara parece o tio Patinhas.
Mas a este não quis responder, combinei de encontrar a Grazi no Bar Guantânamo:
- Balthazar, vai me contar o que realmente aconteceu?
- Sobre o que, Grazi?
- Você trabalha há 3 anos para este tal de Oscar e ele nunca foi de te dar nem bom dia, de repente você ganha uma semana de folga, o sujeito contrata um detetive para você encontrar alguém que você nem sabe se existe.
- Grazi, meu bem, para começar a história é muito séria, o sujeito que me abordou na rodoviária, ficou muito desnorteado quando percebeu que eu não era o tal Leônidas.
- Certo já ouvi esta história mil vezes.
- Quanto ao senhor Oscar aconteceu o seguinte, como você sabe sou formado em arquitetura.
- De novo você é único, Balthazar.
- Como assim?
- O único arquiteto que trabalho de mordomo.
- Sabe Grazi, às vezes me pergunto por que eu namoro você.
- Porque eu sou linda, paciente, compreensiva e estou sempre te incentivando.
- Claro, claro, só pode ser por isto, quer ouvir a minha história?
- Vamos lá.
- A pouco tempo o senhor Oscar estava com dificuldades de terminar um trabalho que iria render muito dinheiro tanto para empresa quanto para ele mesmo, mas não conseguia terminar, já fazia três dias que estava travado com alguns cálculos, como deve saber a matemática é uma ciência exata. - Se você não fala, eu nunca ia saber.
- Grazi, como você não se tornou humorista?
- Sei lá, falta de oportunidade.
- Então, fui servir um café para ele e notei em uma rápida olhada que o cálculo inicial estava errado, então:
“- Senhor Oscar.
- Diga Balthazar.
- Acho que o senhor se equivocou neste primeiro cálculo.
- A raiz quadrada de 125?
- Sim, na verdade é 11,18 e não 25, pois 25 é a raiz quadrada de 625.
- Nossa...- conferindo -...tem razão. Fiquei tão entretido em cálculos de fórmulas que esqueci a matemática básica, esta história de fazer conta de cabeça sempre me levou a erro, perdi de tirar vários 10 em matemática por causa desta bobeira. Como consegue guardar estes números na cabeça?
- Quando se é formado em arquitetura e não se exerce a profissão, isto se torna um hobby.”
- Assim você caiu nas graças do patrão.
- Ele até me deu uma grana por causa do grande contrato que conseguiu fechar.
- E tudo por causa de uma raiz quadrada.
- Sim.
- Talvez agora você possa comprar um celular.
- Apesar de achar que não é necessário, desta vez você tem razão. - Aleluia, finalmente, mas o que fez você mudar de ideia?
- Acredito que com um investigador trabalhando para mim é bom que ele tenha contato direto comigo.
- Finalmente usou a cabeça Balthazar, talvez você não seja tão leso quanto imaginei.
- Apesar do insulto vou tomar como um elogio, minha linda namorada.
- Não fique acomodado, se você se mostrar interessado, talvez o senhor Oscar te dê uma oportunidade de trabalhar com ele no ramo da arquitetura. - Não estou tão confiante como você, mas acho que pode ter razão.
- Eu sempre tenho razão, você é que nunca me escuta.


Continua

segunda-feira, maio 23, 2016

Xadrez dos Deuses V

Movimento de Mazda rock menor (0-0).
- Então você mantém profetas sob o seu comando e assim manda mensagens a eles.
- Sim.
- Eles entendem o que você quer dizer? E já que têm a liberdade de não aceitá-lo como Deus, como estas mensagens são recebidas?
- Mazda este é o segredo, eu não tenho ideia de como eles recebem a mensagem, eles são tão complexos, tão cheios de dúvidas que podem acreditar hoje e amanhã duvidar porque a fé deles é muito fraca, poucos têm discernimento para entender o que realmente acontece no mundo.
- Na verdade tudo isto não passa de um jogo como este que estamos jogando.
- Alguns poderiam definir assim, mas em um jogo normalmente sabemos as regras.
- Você não permite que eles saibam as regras?
- Olha só, eu permito sim, aliás eu sou muito benevolente, o problema é que eles me bloqueiam.
- Como assim.
Movimento de Javé rock menor (0-0).
- Está vendo aquele sujeito ali - aponta para um corredor que está fazendo alongamento – o nome dele é Jacinto, o grande desejo dele é entender porque a vida dele não funciona, ele acorda cedo todos os dias para correr aqui, depois volta para a casa toma um banho e vai trabalhar, estudou por muitos anos para ter o bom emprego que tem hoje, tem mulher e 3 filhos saudáveis, tudo está muito bem, mas por algum motivo ele acha que fracassou na vida que poderia ter seguido outro rumo, que poderia ter virado um grande escritor, um excepcional cineasta, talvez um apresentador de programa de televisão, por isto, às vezes ele ora para mim para que eu realize o sonho dele.
- Evidentemente você o escuta, mas o fato de ele não conseguir realizar o sonho dele tem a ver com as tais regras?
Movimento de Mazda CF6-G4.
- Um pouco, veja bem, ele tem uma vida boa como muitos no planeta não tem, eles têm uma mania de não olhar de onde vieram e apenas olhar para cima e enxergar quantas pessoas estão acima deles, então de certa maneira ele é apenas um mal agradecido, por outro lado é bom que ele tenha aspirações, pois um ser humano sem objetivos pode perder a vontade de viver, mas a grande verdade é que ele me pede para ajudá-lo, mas não faz nada para conquistar o seu sonho, fica difícil ajudar alguém que não se movimenta.
- Não sei se entendo o que quer dizer.
- Eu quero dizer, Mazda, que quando ele não luta por seu sonho, ele bloqueia a oração que faz a mim, por isto não posso ajudá-lo, muitos deles acham que posso fazer milagres, na verdade eu posso, mas nunca vou dar nada a eles que não seja merecido e no caso deste rapaz há um agravante, se ele realizasse o seu sonho, muito provavelmente perderia tudo o que conquistou até hoje e trocaria todo este bem estar e regramento por dinheiro e perseguição com risco de morte. Eu sei exatamente o que aconteceria com os meus filhos se os seus desejos se realizassem por isto tenho o cuidado de não realizar determinados desejos.
- Então, eles precisam rezar, lutar por seus sonhos e correm o risco de estarem no caminho errado?
- Exatamente. E em alguns casos as consequências desastrosas.
- E no caso a sua tarefa é evitar que se percam.
- Sim, mas somente para os que têm fé.
- E os outros.
- Esta é uma das regras do jogo, sem fé ninguém chega a lugar nenhum, por isto, os outros são entregues a própria sorte, ou seja, este é mais um dos bloqueios do qual eu falava.
Movimento de Javé PH2-H3.


Continua

segunda-feira, abril 04, 2016

Poder de Cura III

"Antes da continuação da história quero pedir desculpas aos fãs do blog, pela demora nas publicações, infelizmente tentado andado ocupado e quem acompanha o meu sabe que tenho problemas sérios de visão o dificulta ainda mais a continuação das publicações, mas este esforço para satisfazê-los com as minhas histórias, espero que gostem e continuem comigo, farei o máximo para que não tenham que esperar tanto na próxima vez." O autor.


Vendo que Bóris era bastante eficiente, Carlos começa a visualizar seu hospital como referência nacional de instituição. Porém ainda havia um problema, pois os poderes de Bóris não podiam ser explicados, a não ser como milagres, então Carlos sabia que em algum momento, isto viria a tona. Neste dia em especial sabia que devia tomar uma decisão a este respeito.
- Gostaria de falar com o Diretor Carlos.
- Nome e assunto por favor!
- Eu sou Jorge Erllen Meyer e vim fazer uma proposta muito vantajosa para ele.
- Aguarde um minuto senhor Erllenmeyer.
Na sala do diretor:
- Erllen Meyer, Erllenmeyer onde já ouvi este nome.
- Senhora Clara mande-o entrar.
Logo:
- Senhor Carlos.
- Senhor Erllenmeyer.
- Jorge, por favor.
- Certo, senhor Jorge, em que posso ser útil, disse a minha secretária que tinha uma proposta para mim, é sobre o meu hospital.
- De certa forma sim, na verdade senhor Carlos, eu soube que o seu hospital tem feito curas milagrosas que desafiam a medicina, pode me falar a respeito.
- Depende senhor Jorge, o senhor representa alguma corporação?
- Eu represento o mercado farmacêutico e tenho andado preocupado que os seus pacientes deixem de usar nossos remédios.
- Agora me lembrei do senhor é o dono do maior laboratório de remédios do país, mas por que acha que meus pacientes fariam isto senhor Jorge?
- Realmente acha que não sei o que está acontecendo aqui, senhor Carlos? Então vou direto ao assunto, primeiro suas curas são realmente milagrosas ninguém que entra neste hospital com doenças crônicas e terminais sai precisando tomar um analgésico sequer, então significa apenas que o senhor está represando todo o lucro para si, isto pode criar um grande conflito de interesses, está me acompanhando senhor Carlos. – Carlos assente com a cabeça – Mas não é isto que me preocupa hoje.
- Não é, depois deste discurso achei que fosse me perseguir ou me denunciar, o que o senhor realmente quer senhor Jorge?
-Na verdade, estou disposto a esquecer este contratempo e deixá-lo trabalhar em paz, se o senhor resolver o meu problema de saúde.
- Do que se trata?
- Este é o problema, ninguém sabe ao certo. Alguns chamam de epilepsia, outros de esquizofrenia e outros ainda de psicose, mas ninguém conseguiu me dar um diagnóstico correto ou mesmo um tratamento, eu trabalho par o ramo farmacêutico e sei que se tivesse algo que eu pudesse fazer já teria feito, por isto vim até você.
- Bem, senhor Jorge, vamos fazer o seguinte, vou marcar uma reunião com o meu milagreiro e conversaremos depois sobre as formas de pagamento que incluem a sua proposta que deve ser melhorada com uma proposta monetária evidentemente.
- Claro senhor Carlos, quando quiser.
Mais tarde Carlos encontra-se com Bóris.
- Este Erllenmeyer é um figurão do ramo farmacêutico que tem uma doença desconhecida e está disposto a pagar uma grande soma em dinheiro e com vantagens para você, correto?
- Sim.
- Então por que está preocupado?
- Não gosto da proporção que isto está tomando; não tenho nenhuma explicação científica para os seus poderes, tampouco religiosas, acho que em algum momento tudo isto vai virar um grande problema, não é como se você abrisse uma tenda e virasse curandeiro, a instituição pode ser prejudicada.
- Certo e o que quer fazer?
- Acho melhor acabarmos com a nossa relação comercial, mas se você puder responder por si mesmo, posso mandar alguns pacientes para você e assim, meu hospital não fica vinculado a nada disto.
- Se prefere assim, o mais importante para mim é que não falte grana.
- Certo então Bóris, vou mandar o Jorge falar com você, onde prefere recebê-lo?
- Aqui em casa mesmo, pode mandá-lo aqui.
Marcada a reunião:
- Deve ser o senhor Jorge.
- Sim e você o Bóris, o milagreiro, segundo o diretor Carlos.
- Sente-se senhor Jorge, há quanto tempo está com esta doença desconhecida?
- A cerca de 4 anos comecei a sentir os primeiros sintomas, mas acabei não me importando porque eram exporádicos, mas nas últimas semanas se tornaram constantes então fiquei preocupado.
- Do que exatamente estamos falando senhor Jorge.
- O que eu tenho não é físico Bóris, na verdade tive alguns ataques que qualificaram como psicóticos, mas a verdade é que eu vejo uma pessoa.
- Conhecida?
- Não.
-E o que ela faz?
- Me diz coisas, me manda fazer outras e as vezes adivinha coisas.
- Ela está com você agora?
- Sim.
- O que ela diz de mim?
- Que você não sabe o tamanho do poder que tem.
- Está entidade é masculina ou feminina?
- É uma mulher, quando a vi pela primeira vez parecia muito feia, agora está mais agradável a sua aparência, mas eventualmente volta a ficar feia.
- O que você quer?
- Que ela suma.
- Se ela adivinha coisas, parece ser uma grande vantagem.
- Há mais desvantagens, do que vantagens.
- Como assim, ela aprece do nada, fica dias sumida e normalmente aparece nos momentos mais inconvenientes e também costuma ficar muito tempo comigo quando aparece. Já acertei o preço com o Carlos, você pode ou não pode resolver isto para mim.
- Acho que sim.
Bóris pega nas mãos de Jorge e instantaneamente a mulher some.
- Tudo bem, senhor Jorge, ainda a vê?
- Não, você conseguiu e se ela voltar?
- Volte aqui e resolveremos.
- Obrigado Bóris, acho que finalmente encontrei a pessoa certa para o trabalho. – Diz isto e sai.
Bóris volta aos seus afazeres, depois liga para o Carlos diz que resolveu o problema de Jorge e logo está vendo televisão em sua casa. Quando ocorre algo inesperado:
- Virgilio Amarillo, pensei que não o veria tão cedo.
- Bóris, porque fez esta cura?
- Está falando do Jorge?
- Sim.
- O Carlos me trouxe ele, só quis ajudar o velho.
- Com certeza o ajudou, mas não ajudou a si mesmo.
- O que quer dizer?
- Este tipode doença não se cura Bóris, ela é apenas transferida.
- Como é?
-Agora, esta mulher vai ficar com você por algum tempo, até você descobrir como transferi-la, além de tudo pode ser que tenhamos dificuldade de conversar por causa dela.
Virgílio vai ficando transparente até desparecer por completo e em seu lugar aparece uma mulher bonita como disse o senhor Jorge:
-Quem é você?
- Não tenho um nome, mas pode me dar um se quiser, isto vai facilitar a nossa comunicação.


Continua.

terça-feira, outubro 27, 2015

Amnésia IX

Capricórnio está vendo o vídeo, fica um pouco assustado e surpreso:
- Certo, vamos ver se consegui entender. Meu irmão foi assassinado, por alguém desconhecido, logo descobri que quem morreu foi um clone, até aí tudo bem, pois eu sou um clone, depois eu sou contratado por alguém para matar o meu próprio irmão, então tendo coragem para isto, atiro na minha cabeça, pedindo para o meu irmão me salvar, que ao que parece deu certo, pois eu sou o resultado do meu pedido, mas isto deixa mais perguntas do que respostas.
- Bom, agora você sabe como foi morto e porque, os detalhes que estão faltando são: quem o contratou e por que mandou matar seu irmão, além de por que você aceitou o trabalho.
- Eu ainda não sei o que eu fazia, mas pelo jeito era uma vida perigosa.
- Ser jornalista é perigoso sim, mas não sei se nesse nível.
- Evidentemente eu tinha uma profissão paralela. Sabe o que mais me intriga?
- O que?
- É que lá no jornal, me contaram uma história diferente para a minha morte.
- Diferente? - diz Sheila – Um pouco nervosa.
- Sim, me disseram que fui assaltado, que desarmei os assaltantes e que ao chamar a polícia para encerrar o assunto, fui baleado e roubado e pela minha narração da vida passada eu tirei a minha própria vida. Alguém teria que ser muito criterioso para criar uma história como essa para ser aceita como verdade de modo que a polícia abandonasse o caso.
- Tem razão Pandiá, o suicídio seria mais simples e a polícia também arquivaria o caso já que ficou bem claro quem foi o autor dos disparos.
- A partir de agora, não sei o que fazer, onde devo procurar o meu irmão, o galpão onde estávamos perece ser um local ermo e sem localização aparente, devíamos começar por lá, mas como saber onde é?
Pandiá olha pela janela e vê um movimento nas folhagens:
- Sheila, acho que não precisaremos encontrar ninguém.
- Por quê?
- Porque já nos encontraram.
LaBanca derruba a porta com o pé acompanhado de Epaminondas e diz:
- Desculpe o mau jeito Sheila, mas onde está o seu marido?
Sheila desconcertada o procura, mas Capricórnio foi mais rápido, ela responde:
- Onde o deixou da última vez LaBanca, no cemitério.
- Sabe Sheila, estou com pouca paciência hoje, ele apareceu lá no jornal, não foi mesmo Epaminondas, eu imagino que se eu morresse e ressuscitasse procuraria alguém conhecido como a minha esposa.
- Olha LaBanca não sei que tipo de droga você anda usando, mas eu...
LaBanca a pega pelo pescoço e diz:
- Capricórnio, acho que tenho uma coisa aqui que talvez você queira, apareça!
- Não faça isto, não se preocupe comigo. – Diz Sheila quase sufocando.
- Largue a moça LaBanca. Ela não tem nada com a nossa briga.
- Eu tinha certeza que o seu lado herói estava aí em algum lugar, mas não pense que salvou uma donzela em apuros, esta sua esposa não é tão santa quanto pensa.
- LaBanca não faça isto.
- Sheila eu perdi tudo porque confiei em você, não vou cometer o mesmo erro.
- O que está havendo – Diz Pandiá.
- Ah sim, você é daquelas pessoas que acha que as esposas contam tudo para seus maridos, é claro que não é o caso da Sheila, não é mesmo?
- LaBanca, deixe-me falar com ele.
- Claro adoro estas reuniões de família, você tem 5 minutos, tem algo para comer nesta casa. – Diz isto e se encaminha para a cozinha.
- Diga Sheila, o que é tudo isto?
- Bem, não fui totalmente sincera com você.
- Em relação a que? É tudo mentira: a pesquisa, a clonagem, sobre o que exatamente não falou a verdade, talvez o hipnólogo.
- Pandiá, quase tudo é verdade, depois que você descobriu sobre o projeto do seu irmão eu fui procurada pelo LaBanca, de início recusei a proposta dele, mas eu estava cansada desta vida de mulher de jornalista perseguido, sabia que a qualquer momento estaria viúva e sem dinheiro, então aceitei investigar você, passei todas as informações para eles em troca de dinheiro, eu sabia o dia que você iria morrer e até a forma que foi exatamente como foi contada para você pelo Epaminondas, mas aconteceu outra coisa, você foi encontrado com um tiro na cabeça e a história precisou ser refeita, segundo o LaBanca eu não havia ajudado em nada, o plano tinha ido por água abaixo então eu não merecia mais o dinheiro prometido.
- Mas esta história não se encaixa, quem me contratou para matar o meu irmão?
- Esta é a parte que eu não sei, fiquei surpresa quando ouvi você contar aquela história no hipnólogo.
- Sheila pode deixar que eu assumo daqui – diz LaBanca - senhor Pandiá você também sabia que não tinha futuro como jornalista, nós pesquisamos você, tinha treinamento militar sabia algumas artes marciais e trabalhava de jornalista, era um desperdício, então o Epaminondas me ligou disse que tinha o cara perfeito para resolver nossos pequenos problemas e você trabalhou para nós durante muito tempo cobrando de quem não pagava e matando quem era necessário ser morto, o teste para você entrar foi o tal assalto, quando você desarmou três pessoas usando apenas as suas mãos, sabíamos que tínhamos o nosso homem. Acontece que seu irmão fez uma grande descoberta e você precisava matá-lo para conseguir as suas pesquisas, não sei como seu irmão escapou e você apareceu morto, daí a minha curiosidade, como você renasceu, alguém do vodu o ressuscitou?
Neste momento um projétil entra na cabeça de LaBanca, Epaminondas corre desesperado e é alvejado com várias tiros ao sair para fora da casa. A casa estava cercada pela Polícia Federal.
- Senhor Pandiá?
- Sim.
- Eu sou o agente Milho
- Milho?
- Sim, Gustavo Milho, senhor, é uma honra finalmente conhecê-lo.
Depois:
- Como souberam que eles estavam aqui, agente Milho?
- O seu irmão Francisco.
- Onde ele está?
- Está vindo para cá. Ele escapou da morte várias vezes, mas ele tinha um localizador em você, sabíamos que a sua suposta ressurreição abalaria os bandidos que perseguiam o seu irmão, então quando você retornou passamos a monitorá-lo.
- Por que não apareceram quando metralharam a minha casa.
- Bom neste dia eu estava de folga e o agente Nelson teve dificuldades para lidar com a situação, quando chamou reforço, você já havia dominado a situação e o nosso objetivo maior sempre foi o LaBanca.
Francisco chega:
- Você deve ser o meu irmão Pandiá.
- Sim. Preciso te fazer umas perguntas.
- Tenho certeza que sim.
- A sua pesquisa está salva?
- Sim. Foi repassada aos cientistas do governo, achei melhor não guardar para mim.
- Confia neles?
- Como confio em um gambá esquizofrênico, também mandei cópias para todos os meus amigos cientistas do mundo, esta patente não será exclusiva.
- Quem era o LaBanca?
- Ele tinha sido contratado para roubar a pesquisa da clonagem e entregá-la a uma indústria que teria o monopólio da pesquisa.
- Eles não precisavam matá-lo.
- Era uma situação com reféns, ninguém queria lidar com processos ou papelada.
- Eu sou realmente um clone?
- Sim.
- Porque fez isto?
- Porque você me pediu além de tudo era a prova que eu precisava.
- Mas você já havia feito um clone seu.
- Mas estava morto, além de tudo preciso saber quanto tempo você pode durar e gostei muito do sacrifício que fez por mim, não poderia deixá-lo morto.
- E agora?
- Não entendi a pergunta.
- O que vou fazer, minha esposa é uma traidora, eu nem sou um homem de verdade, nem sei que tipo de emprego posso ter.
- Que tal se você fosse o meu guarda-costas eu soube que você tem treinamento militar e sabe artes marciais.
Ambos riem muito.
FIM.